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Por que você atrai pessoas abusivas?

Está cada vez mais comum receber em meu consultório pessoas que foram vítimas de pessoas abusivas que sempre questionam o que estão fazendo de errado para não conseguirem romper o ciclo. Elas se culpam por não entenderem o que fizeram para atrair e continuar atraindo pessoas tóxicas, narcisistas, psicopatas e outras que sugam suas energias.  

  

Primeiro, precisamos entender que não se culpa a vítima. Infelizmente existem pessoas ao nosso redor que estão nos observando e, com manipulação, vitimismo e carisma acabam fisgando o tipo de personalidade que precisam para continuarem se alimentando. Portanto, não se trata de a vítima ter culpa, e sim de entender algumas crenças que a fazem aceitar comportamentos abusivos.  

  

Existem alguns pontos que facilitam a atração de abusos. Como seus responsáveis te criaram? Era tudo à base de ameaças? Sentia constante necessidade de se provar a eles? Sentia culpa por nunca conseguir agradá-los? Tudo sempre girava ao redor de discussões? Você podia expressar suas ideias, emoções... opiniões? Tudo o que você fazia era errado ou "mais do que sua obrigação"? Você foi protegido de maneira saudável por quem deveria? Você teve amparo quando precisava? Havia trocas saudáveis? Perceba como você precisava se comportar para se encaixar nos padrões estabelecidos desde a infância. É a partir dela que você vai desenvolvendo crenças que fazem seu pensamento ser, muitas vezes, disfuncional e você passa a achar que conviver com uma pessoa tóxica é "karma". 

  

Quando você se relaciona com pessoas abusivas, é preciso analisar o que faz você permanecer ali ou como foi atraído por essas pessoas. É muito comum que vítimas tenham muita empatia, consigam se colocar muito no lugar do outro e queiram resolver os problemas do outro. Afinal, sempre foi assim desde a infância. Aquela criança não teve o amparo que deveria ter tido dos responsáveis, precisava sempre estar disponível, ser boazinha, entender e aceitar quando algum adulto brigava. Enfrentar era impossível, gerava mais confronto e brigas. E, mesmo que não enfrentasse, você pensava que se comportando "bem" teria paz, mas ela nunca durava. 

  

Aí, essa criança cresce e passa a procurar lá fora o amparo, proteção, compreensão e aceitação que não conseguiu dentro de casa. E a probabilidade de se envolver com pessoas abusivas se torna enorme, afinal, é só essa dinâmica de caos que esse adulto conhece. Relacionamentos saudáveis e estáveis não lhe foram apresentados quando deveria. 

  

Pessoas abusivas são muito intensas, exigentes, manipuladoras e viciantes. Tornam a vida da vítima excitante e destrutiva ao mesmo tempo. Quem se relaciona com pessoas assim, além de terem o passado da infância muito parecido, também são pessoas generosas, que não conseguem dizer "não",  têm medo de serem rejeitadas e ficarem sozinhas e gostam muito de ajudar e se sentirem importantes por isso, porque sempre foi assim: "se eu me comportar 'bem', vou ser reconhecido". Infelizmente, é tudo que o abusador gosta e procura. 

  

Mas é errado ser uma pessoa que gosta de ajudar e tem empatia? Claro que não, mas é preciso entender o que está por trás disso para que você consiga escolher as pessoas adequadas ao seu meio. É preciso ajustar algumas crenças para evitar a repetição de ciclos abusivos. 

  

Quando há dificuldade para sair ou mesmo identificar uma relação tóxica, é importante que analise como você se trata e pensa perante os abusadores. Você não tem culpa de sofrer abuso, a culpa é inexistente quando não se sabe o que fazer.  Por isso é tão importante o autoconhecimento que conseguimos através da terapia. E lembre-se: sua personalidade é um presente e esse presente só se dá a quem realmente merece e valoriza. 

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