
Psicopatia
Assim como o narcisismo, a psicopatia também é um transtorno de personalidade grave que adoece e traumatiza pessoas que precisam conviver ou que já conviveram com esse transtorno, levando muitas a pensar em tirar suas próprias vidas por causa dos traumas.
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É importante que a gente lembre que pessoas que têm transtornos de personalidade graves assim não devem ser engrandecidas, mas, infelizmente, muitas vítimas colocam esses indivíduos como superiores pelas agressões psicológicas e, em algumas vezes, físicas que viveram. Pelo medo de se posicionarem e sofrerem consequências, essas vítimas se colocam como inferiores, impotentes e parecem não ver saída para a retomada de sua liberdade, mas há saída: informação e autoconhecimento.
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A psicopatia não é somente caracterizada pelos “serial killers”, muito pelo contrário, a maioria comete seus atos sem matar qualquer pessoa. De acordo com estudos empíricos, existem três tipos de psicopatas com diferentes manifestações dos sintomas:
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Psicopatas corporativos (colarinho branco): São aqueles que estão presentes em empresas, instituições e corporações, visam poder financeiro e status social, prejudicam colegas, sem violência física, mentem sobre suas experiências e qualificações, usam os colegas para subirem de cargo, espalham boatos sutilmente. Geralmente estão entre os cargos altos de uma empresa como presidência, gerência, diretoria e também entre o meio político.
Psicopatas utilitaristas: Possuem perfil parasitário (as pessoas são oportunidades para alcançar benefícios), usam jogos sutis de ameaças e promessas; são aproveitadores para obter vantagens financeiras/ materiais, seus relacionamentos amorosos exploram o outro, mudam frequente e rapidamente de amigos, parceiros e grupos, pensam que os crimes são necessários. Charles Manson é um exemplo desse perfil.
Assassinos em série (serial killer): Usam formas mais severas de violência física, crimes sexuais são comuns, causar a morte do outro não é seu principal objetivo, mas sim infringir a dor do outro. Ted Bundy (foto do artigo) é um exemplo desse perfil.
Além desses três perfis, as características mais comuns de um psicopata são:
Eloquente e superficial
O indivíduo é articulado, desenvolve uma conversa divertida e envolvente, como se soubesse falar de todo tipo de assunto com convicção, sem demonstrar insegurança ou ansiedade. São agradáveis e atraentes e também gostam de usar palavras e termos para causar boa impressão.
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Egocêntrico e grandioso
Possui visão exagerada de si mesmo, é convencido e narcisista. Mostra-se autoconfiante e com ego inflado.
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Ausência de remorso ou culpa
O indivíduo não consegue entender a gravidade de seus atos, não existe arrependimento. Não se preocupa com as consequências negativas de seus atos.
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Falta de empatia
Despreza sentimentos, direitos e bem-estar dos demais. Somente ele é importante. As pessoas são como objetos e sentem-se superiores por isso.
Enganador e manipulador
Nem sempre se envolvem em atos criminosos. O lema dos psicopatas é “o mundo é dos espertos”. É muito comum escutar frases do tipo “Mas a culpa não é minha se a pessoa é burra e caiu no meu golpe/ lábia.”
Emoções rasas
As demonstrações de emoções são rápidas e curtas. Aqui é importante deixar claro que o psicopata tem emoções (raiva, nojo, alegria), porém a falta de empatia é característica forte. Além disso, o indivíduo não consegue descrever com sutilezas os estados afetivos, como, por exemplo, o significado de amor.
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Impulsivo
Age no “calor do momento”, por que a oportunidade se apresentou ou por que está “afim”.
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Fraco controle do comportamento
“Pavio curto”, temperamento “difícil”. Responde a frustrações, fracassos e críticas com violência. Ofende-se com facilidade.
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Necessidade de excitação
Não tem medo de colocar-se e o outro em risco. A rotina é entediante, precisam de novidades e estímulos.
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Falta de responsabilidade
Costuma não cumprir obrigações e compromissos assumidos. Quase não há senso de lealdade; irresponsabilidade é constante.
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Problemas de comportamento precoces
Problemas incomuns e graves desde a infância. Histórico de comportamento grave antissocial na adolescência.
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Comportamento adulto antissocial
Consideram regras e leis inconvenientes. Violam regras, não necessariamente apresentam comportamento criminoso.
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Se você já leu meu artigo sobre o narcisista, consegue perceber que a principal diferença entre ambos os transtornos é basicamente a violação de regras, algo que o narcisista dificilmente faz. O psicopata está preocupado em sempre ter o controle da situação e das pessoas, assim como o narcisista, mas se tiver que violar regras e leis para alcançar seus objetivos, ele fará isso sem pensar duas vezes. O psicopata age bastante por impulso para sanar suas vontades. O narcisista é mais precavido, focado também em seus prazeres, mas não viola leis tranquilamente como o psicopata.
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A vítima de um psicopata desenvolve traumas que deixam sintomas irreversíveis, mas que têm tratamento se ajudada por um psicoterapeuta que entenda sobre o assunto. Ao menor sinal de convivência com esses sintomas, o melhor a ser feito é romper o contato com a pessoa por completo: em redes sociais, telefones e pessoalmente.
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A terapia ajudará a vítima a reestabelecer sua dignidade, autoestima e segurança. A vida após conhecer um psicopata não é como nas novelas, é necessário ter paciência na recuperação e evitar a negação para que a terapia flua melhor e os resultados sejam mais rápidos sem que o ciclo se repita. Conte comigo.
